terça-feira, 26 de julho de 2011

Sprite Graffiti Jam

Material produzido para Revista Urbano - http://www.revistaurbano.com.br
O sol é algo que não pode faltar num dia de verão na Europa, caso contrário fará frio, ao menos aqui em Varna, cidade litorânea da Bulgária. Varna é o centro cultural do país no verão, tudo acontece aqui: música, teatro, exposições, etc; por se tratar da maior cidade do litoral búlgaro e é claro, a paixão de todos os búlgaros.
Após uma semana de chuva o sol apareceu, no sábado, dia do Sprite Graffiti Jam. Perfeito! Apanhei um ônibus, número 13 (ainda bem que era sábado) com destino ao Porto da cidade, local do evento.
Chegando no ponto de ônibus mais próximo ao local do evento, segui caminhando. Até chegar no meu destino, percorri pela rua que corta a praia os metros que me separavam do Sprite Graffiti Jam, nada mal para um sábado de sol, praia cheia, afinal é verão no mar negro.
O Local é o Porto de Varna, de longe pude ver que os búlgaros não estavam para brincadeira, uma parede enorme e estrutura de qualidade. Por de trás da parede o mar, uma bela fonte de inspiração.
Para participar do festival os Graffiteiros foram selecionados após inscreverem-se no perfil do evento no facebook. No local tudo funcionava em grande harmônia; material separado: spray, tintas, pinceis, camisas do evento e o espaço de todos participantes separado com o nome de cada um na parede, era só chegar, retirar o kit e começar o trabalho.
Numa outra parte do evento ficou uma tenda especialmente para que o público pudesse participar. Muitas crianças e adultos soltaram sua imaginação, pintaram e puderam entrar em contato com a cultura da Arte Urbana.
Percorrendo todo o local onde eram realizado os Graffiti’s, pude encontrar amigos e conversar um pouco com alguns Graffiteiros*, vindos de varias partes da Bulgária e alguns de outros países. A maior parte dos búlgaros foi unanime em dizer que a cultura do Graffiti está forte no país, “está aí, por toda parte”. Perguntados sobre o Graffiti brasileiro todos respondiam a mesma coisa: Os Gêmeos e que o Graffiti brasileiro é “grande”.
Um deles, que disse ter conhecido outros países, disse-me que o Graffiti brasileiro é o mais louco. O que posso confirmar é que o Graffiti búlgaro está por toda parte, realmente.
Acompanhei por um tempo o trabalho de um amigo, Georgi o Rasta, Mestre em Economia e graffiteiro nas horas vagas. Ele quem me levou aos organizadores e apresentou-me. Ao encontrar com os dois, Metin Golesh e Maria Badjakova pude logo entender o porque da qualidade do evento. Dois jovens, graffiteiros e parceiros no trabalho que eles fazem questão de frisar ser por amor à causa, na busca por difundir a cultura do Graffiti no país.
Metin e Maria são um dos muitos exemplos espalhados pelo país, fazem a cultura acontecer sem ganhar nada por isso, pois aqui o investimento em cultura é praticamente zero por parte do Governo. Independente de não receber por tanto trabalho, Metin que é de Istambul, Turquia e mora em Varna há 6 anos, disse estar feliz e satisfeito.
Posso dizer que ele têm razão, ao olhar o movimento das pessoas, o interesse por parte de todos que por ali passaram, dá para entender porque o resultado foi ótimo. O verão transforma Varna e o Graffiti deixou a cidade muito mais colorida.
No final tudo foi uma grande festa, todos envolvidos deixaram mais claro o valor de movimentos como esse acontecerem para discriminar o Graffiti. Para nós brasileiros fica o recado de como é importante o intercâmbio entre culturas, o convite deixado por Metin e Maria: “esperamos graffiteiros do Brasil no próximo ano.